Sempre me espantou a criatividade dos empregadores ao recusar ou repreender o trabalho de possíveis contratados. Durante toda a minha vida já ouvi os argumentos mais incríveis: 1. A pessoa é muito jovem para o trabalho, argumento que traduzido significa: A pessoa é inexperiente e por consequência uma imbecil para a função. 2. O possível contratado é demasiado velho, argumento que traduzido significa: Como é velho provavelmente vai demorar mais a aprender novos procedimentos, será menos atractivo e provavelmente porque tem experiência poderá exigir o salário devido e isso poderá ser um grande incoveniente.3. O contratado é mulher e demasiado atraente...lol...sim já ouvi este argumento dito por um possível empregador : aqui a Toyota faz questão que os empregados mulheres tenham cabelos curtos e que não fumem, por isso existem até pré-formulários que perguntam ao ainda possível contratado se fuma ou não. Já sabe se vir um destes inquéritos diga sempre que não, não vá perder um bom emprego por ser fumador.
4. O possível contratado não tem mãos de trabalhador...lol..Também eu me ri quando era ainda estudante e queria ter um part-time num restaurante chic da cidade e a chefe notou que as minhas mãos eram demasiado delicadas e sem queimaduras e que por esse motivo não servia para o serviço. 5. O possível empregado é demasiado pequeno. Tradução: "Queremos modelos para vender os nossos produtos"! Durante o período de estágio que tive no Porto, fui procurar um part-time no Porto e a chefe fez questão de mencionar que eu "até era bonitinha, mas pequena." Uma observação infeliz de alguém com a mesma estatura mediana e com uma inteligência ainda mais pequena do que uma noz. Nunca percebi como é que a estatura de um empregado pode influenciar as vendas de uma loja. Eu poderia continuar a contar os argumentos de possíveis empregadores, mas seria ridículo. Contudo não posso deixar de mencionar a frase de um empregador que tive em Portugal quando depois de trabalhar horas extras e finais de semana protestei por um salário mais digno e ouvi do fundo da garganta a voz cavernosa " Tu queres é trepar!" Espero que o macaco que me disse isso tente ele próprio trepar a uma àrvore tão alta à custa do trabalho dos outros que caía e parta os dentes. Uma amiga minha que vive agora em Paris disse " a crise tem as costas largas" o que ela queria dizer é que todos os empregadores encontraram agora um argumento maior e mais válido para que todos tenhamos de acreditar nesta subjugação infundada do empregador. A única coisa que lamento até hoje foi nunca ter agredido um destes criadores de argumentos, mas quem sabe um dia se procurar novo emprego ponha a ideia em prática e em vez de argumentar diga: Estou a agredir e a ofender porque sim, porque sou dogmática."
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