Hoje é dia mundial da criança, por isso decidi escrever.
A história mais recente é a da menina chamada Diana Farkas que foi morta pela própria mãe em Charleroi, na Bélgica cortada em pedaços e conservada dentro de um congelador durante meses. Quando a polícia encontrou o corpo e descobriram que tinha sido a própria mãe a matá-la, o psicólogo teve de fazer o seu trabalho e perguntar à mãe o motivo de tal crime hediondo. A mãe disse que vivia uma relação agressiva com o pai da criança e que temia que um dia ela Diana fosse a sofrer com a mesma violência, por isso a tinha matado, evitaria assim um sofrimento futuro para a criança. A imprensa tinha avançado anteriormente com a ideia que a mulher poderia sofrer disturbios mentais uma vez que tinha alegado antes que o pai era violento porque gritava com a criança para que esta não comesse chocolate dentro do carro.
1. Diana Farkas com 4 anos
Outros dos casos mais recentes foi sem dúvida o caso do casal inglês Mick Philpott de 55 anos e Maired de 31 que mataram 6 filhos num incêndio. O casal viria a ser identificado e seis crianças viriam a morrer no hospital carbonizadas. O pai alegou que não aguentava mais a pressão e entre lágrimas não conseguiu esconder o horror do seu arrependimento e a estupefacção das enfermeiras que repetidamente lhe diziam em inglês: " Por favor diga que não é verdade, diga que não foram vocês que fizeram isto."
2. Mick Philpott e Maired, a esposa
Outro dos casos que li e que observei através dos media foi o julgamento do homem holandês Robert M. acusado de violar 80 crianças, contudo várias fontes indicam que o número de crianças violadas pode ser maior, uma vez que os indícios de violação apontam ainda para os anos 80. Foi condenado a 18 anos de prisão e durante o julgamento reagiu aos anos de punição decretado pelo tribunal atirando com água para a cara do juíz e dos jurados. Enquanto vi esta cena lembrei-me do que uma vez me disse Agustina Bessa Luís numa entrevista quando eu ainda tinha 19 anos: " As pessoas não entendem estes casos de pedofília, porque não entendem que há muito se perdeu a inocência de tudo. Só as crianças conservam este estado de pureza e de inocência que nos nossos dias não pode ser mais encontrado em homens e mulheres adultos."
Confesso que durante algum tempo andei obcecada com a ideia de fazer um trabalho de investigação sobre crinaças desaparecidas e cheguei a fazer uma pequena colectânea de fotos e de reunir as características dos desaparecidos. Cheguei a encontrar um padrão constante em alguns dos desaparecidos no aeroporto. Fiquei depois muito desiludida e frustrada quando percebi que estas crianças representavam também um valor notícia. Na altura disseram-me assim: " Mas quê? As novidades que tens são sobre a Maddie?" Eu disse que não e logo percebia o desalento do outro lado da voz de quem tem o poder de publicar: " Ah, então não estamos interessados. Além disso andamos todos já fartos de escrever e de falar sobre a Maddie."
Só a minha mãe parece ter percebido o interesse e o horror que me causam estes casos de assasínio e abuso de que são vítimas milhões de crianças em todo mundo e por isso no dia do meu aniversário ofereceu-me o livro " A Estrela de Joana" que mostra uma pequena algarvia de rosto limpo e sorriso bonito chamada Joana que foi morta pelo tio e pela mãe depois de ter descoberto acidentalmente o caso incestuoso da mãe. Jamais esquecerei as repetidas cenas da Polícia Judiciária no Algarve, aqui ali com os cães a chamarem por ela e um silêncio enorme que ecoava pelo calor e pelos campos.
3. A pequena Joana Cipriano
Poderia continuar a escrever e a relatar mais casos mas não me parece necessário uma vez que hoje para grande estupefacção minha descobri que já há quem se dedique a escrever no wikipédia artigos sobre casos de pedofilía e assassínio por país e por ano. Queria apenas concluir e dizer que todos os esforços que se tem feito para proteger as crianças são insuficientes e que por serem tão precisos é necessário redobrar esforços e multiplicar formas para evitar que situações como estas aconteçam.
Paula, estes assuntos incomodam, acabo de ler o teu texto com o coração apertado. Mas temos que nos forçar a ver, "realmente ver" estes casos horrorosos. O Dia da Criança é sobre balões, sim, e sobre sorrisos e crianças felizes... mas não podemos esquecer as "outras" crianças que não têm a mm sorte que as nossas.
ResponderEliminarAbraço
Sim é verdade. Quando era pequena adorava o dia da criança e esforçava-me ao máximo para conseguir o maior número de presentes.
ResponderEliminarEnchi e mandei muitos balões para o céu e como era criança pensava que era assim para todas as crianças. Por isso depois de adulta não consigo esquecer as outras e de certa forma gostava que pudessem ter tido um pouco daquilo que foi a infância maravilhosa que tive.
Embora seja uma realidade vergonhosa, hoje é, sem dúvida, um dia para a relembrar... todos os dias o são, mas hoje é o dia de todas as crianças...
ResponderEliminarComo mãe, assusta-me não poder proteger a minha filha de todo o mal que lhe possa acontecer, nem que seja um simples arranhão num joelho...
Pensar que uma criança inocente possa sofrer tamanhas atrocidades deixa-me com o coração de tal forma apertado, que só me apetece ir a correr abraçar a minha princesa e nunca mais a largar...
Mas é importante pensar, reflectir sobre estas situações, para que sejamos cada vez mais capazes de as prevenir... para bem das crianças, para o bem do nosso futuro...
Obrigada, Paulinha, por me fazeres reflectir hoje sobre este assunto, e, sobretudo, não desistas de escrever e investigar, pelo facto de hoje não ser vendável... Beijinho