Há alguns dias atrás serviram-me um prato de comida farto, era um prato quadrado e gigante que tinha um pouco de tudo: salada, batatas fritas, hamburguer, molho e para acompanhar uma coca-cola clássica. Eu comi, comi e comi e ainda assim o prato ficou a meio. Ao observar as pessoas no mesmo restaurante, vi que cerca de 80% por cento fez o mesmo que eu. Pensei que uma quantidade significativa daquela comida haveria de ir para o lixo ou quem sabe como se faz em restaurantes menos sérios voltar a ser reutilizada por outros clientes.
As pessoas passam a vida preocupadas com a aparência e a imagem, enquanto fingem que andam preocupadas com o ambiente " Eu comer carne? Nunca! Gasta sete vezes mais água e os animais são mortos". Quando ouço estes comentários tenho logo vontade de perguntar se tomam banho de chuveiro em casa ou se apreciam mais um banho ou se alguma vez durante a vida adoptaram algum animal do asilo ou recolheram algum gato mirolho da rua, porque sei que são estas pessoas as "vegetarianas" que gostam de um bom banho de imersão e gostam de ter um cão de raça. Talvez nem todos os vegetarianos tenham este comportamento contraditório e quase irónico, mas a maioria dos que conheço são assim.
Mas quando achamos que o mundo é um lugar diverso, estranho e cheio de contradições ficamos ainda mais abismados com os radicalismos, ou seja enquanto existem pessoas a lutar semana a semana para se poderem alimentar ou pessoas como conheci que compram feijão à grama, temos do outro lado os veganistas que por tão nobres e respeitosos do meio ambiente que são, não comem nem carne, nem peixe nem nenhum alimento derivado de origem animal. Quando confrontada com este fenómeno perguntei: "Estas pessoas comem o quê então? Ar?" A minha ingenuidade foi evidente quando depois de pesquisar me deparei como uma série de lojas específicas para veganistas, onde os seus representantes admiravelmente pálidos faziam publicidade às raízes desta e de outra planta, aos pólens...fui a uma destas lojas e enquanto apreciava um pote de mel super caro perguntei ao vendedor: E o mel não é de origem animal? O vendedor disse-me que não, que era feito com o pólen das flores. Eu dei uma gargalhada e disse: " Mas as abelhinhas coitadinhas, precisam de trabalhar para que nós, o homem, tenhamos o gosto de saborear este mel não?" O homem ficou a olhar com um ar de desagrado para a minha pessoa, obviamente omnívora.
O que me pergunto todos os dias é porque motivo ainda não foi criado nenhum movimento para se consumir menos, ou pelo menos se consumir só o que se come. Quantos animais e quantas plantas seriam poupadas deste genocídio global de seres vivos, se todas as pessoas pensassem nisso quando fossem ao supermercado ou quando fossem cozinhar? Lanço o desafio e quem sabe não crio um site para mostrar receitas e produtos que podem ser reutilizados ou melhor: gastar menos e consumir o justo.
Comentários
Enviar um comentário