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Mensagens

A mostrar mensagens de 2012

Saber lavar as mãos

 Hoje não consigo parar de pensar nas pessoas que sabem lavar as mãos.  Depois de ler sucessivas notícias  como:  Paris "precisa de portugueses para trabalhar na Disneyland", ou "AutoEuropa leva pessoal para emigrar para a Alemanha" ou "1.550 ofertas de emprego nos Estados Unidos" ou " Oportunidades em Moçambique" e notícias associadas com os melhores empregos no Brasil, em Angola e na " Conchichina" não aguento mais!   Apesar de eu própria ter emigrado há algum tempo, existe uma voz que incomoda e que me diz com persistência: mas porque motivo temos todos agora de emigrar em massa? Porque razão se somos o mesmo povo temos sucesso noutros países e não no nosso país de origem? E de repente recordo essa cena de Pilatos a lavar as mãos na água antes de Cristo ser sacrificado...  Existe agora o argumento da moda, chama-se "CRISE", esse monstro pavoroso criado por alguns para aterrorizar uma maioria demasiado ocupada para

Veganista, vegetariano, carnívoro ou omnívoro?

Há alguns dias atrás serviram-me um prato de comida farto, era um prato quadrado e gigante que tinha um pouco de tudo: salada, batatas fritas, hamburguer, molho e para acompanhar uma coca-cola clássica. Eu comi, comi e comi e ainda assim o prato ficou a meio. Ao observar as pessoas no mesmo restaurante, vi que cerca de 80% por cento fez o mesmo que eu. Pensei que uma quantidade significativa daquela comida haveria de ir para o lixo ou quem sabe como se faz em restaurantes menos sérios  voltar a ser reutilizada por outros clientes.  As pessoas passam a vida preocupadas com a aparência e a imagem, enquanto fingem que andam preocupadas com o ambiente " Eu comer carne? Nunca! Gasta sete vezes mais água e os animais são mortos". Quando ouço estes comentários tenho logo vontade de perguntar se tomam banho de chuveiro em casa ou se apreciam mais um banho ou se alguma vez durante a vida adoptaram algum animal do asilo ou recolheram algum gato mirolho da rua, porque sei que são

Da deficiência

Há dias chamou-me atenção a notícia amplamente divulgada no Facebook sobre o campeonato mundial de Atletismo de Síndrome de Down. A equipa portuguesa foi a vencedora e no post o autor queixava-se que a notícia não seria divulgada nos media.O post atraíu a minha atenção não pela queixa mas pelo facto do dito autor do texto não ter fornecido mais informações sobre o nome do vencedor, biografia ou detalhes da prova. Um outro post no facebook semanas antes atraíu também a minha atenção: desta vez por causa da reivindicação social de outro atleta português paralímpico que tinha parado de receber subsídio social do estado português sem razão aparente. A acompanhar o post o atleta diz: "Eu, David Grachat, portador de deficiência física - mal formação congénita (amputado da mão esquerda), encontro-me há mais de 1 ano e 6 meses numa luta com o Serviço Português da Segurança Social, serviço esse que me retirou os meus direitos enquanto cidadão com deficiência."Na foto o atle

Mensagem do Dia da Criança

Hoje é dia mundial da criança, por isso decidi escrever. Não vou fazer poemas nem lançar balões para o céu mas achei que hoje era um bom dia para recordar a memória e a história de todas aquelas crianças que foram vítimas das piores atrocidades e que por serem crianças foram silenciadas. A história mais recente é a da menina chamada Diana Farkas que foi morta pela própria mãe em Charleroi, na Bélgica cortada em pedaços e conservada dentro de um congelador durante meses. Quando a polícia encontrou o corpo e descobriram que tinha sido a própria mãe a matá-la, o psicólogo teve de fazer o seu trabalho e perguntar à mãe o motivo de tal crime hediondo. A mãe disse que vivia uma relação agressiva com o pai da criança e que temia que um dia ela Diana fosse a sofrer com a mesma violência, por isso a tinha matado, evitaria assim um sofrimento futuro para a criança. A imprensa tinha avançado anteriormente com a ideia que a mulher poderia sofrer disturbios mentais uma vez que tinha alegado

O que têm em comum Santa Bárbara, Iria e Quitéria

Uma mulher pode morrer mas não morre o ideal. Este pensamento pode até soar platonista ou romântico, mas a verdade é que o espiritual prevalece além do material. Tenho andado a reflectir sobre isso depois de me ter debruçado sobre alguma da historicidade iconográfica portuguesa. O meu pensamento vagueia entre a história de Santa Bárbara, Santa Iria  e Santa Quitéria. Todas estas mulheres foram consideradas santas e todas morreram à mercê de algum homem que as queria fazer  noivar. A ideia era fazê-las renunciar não só à sua religião como de igual modo às suas convições...Intriga-me as atrocidades cometidas por exemplo a Santa Bárbara cujos seios foram decepados antes de ser degolada assim como a " beberagem" dada pelo monge a Santa Iria de Tomar para provocar sinais de "prenhez" na mulher. Existem muitos mistérios ainda a descobrir por uma boa investigação: até hoje não se sabe se a bebida venenosa oferecida pelo monge tinha como objectivo fazer Iria disforme, se

Vender é perder?

Tenho andado a refletir sobre a diferença entre perder ou vender um negócio. À partida muitos diriam que no caso da venda, o vendedor ganharia dinheiro, mas o que acontece quando o negócio envolve centenas de outros negócios? Transações e milhares de  micro negócios e empresas associados a um bem que será vendido? Depois de ter visto o Pingo Doce a ser vendido aos holandeses, a EDP aos chineses, parte do Millenium à filha do presidente Eduardo dos Santos, estava na hora de ver também a percentagem infíma mas preciosa para Portugal de 15% da barragem de Kaho-Bassa ser vendida aos moçambicanos. Não é que eu tenha nada contra o multiculturalismo mas o que me pergunto é como é que Portugal será capaz de manter uma auto suficiência financeira se estamos a ser controlados e subjugados por outros. Fiquei ainda mais perplexa com a posição de Passos de Coellho em Moçambique enquanto falava com um grupo de crianças que trabalhavam o vime para fazer cestos: " E então quanto tempo se demor

Retratos de um Portugal deprimido

Como portuguesa que sou fiz questão da última vez que saí de Portugal de beber vinho durante a viagem de avião para me tentar esquecer que estava a deixar o meu país...bebi tinto maduro, para ter uma ideia saudosista do meu alentejo e ribatejo lá longe... Este simples acto, o de beber vinho, não só me fez sentir bem e mal como foi em simultâneo um dos muitos milhares de retratos de portugueses deprimidos: ora porque deixam o país, ora porque ficam em território nacional, ora porque querem emigrar e não sabem como fazê-lo...outros ainda vi a resignarem-se simplesmente à sua sorte e em modo de velho do restelo a tomar comprimidos com aguardente para tentar esquecer a idade e a troika. Admiro os portugueses que conseguem esquecer a crise com um simples jogo de futebol ou com a telenovela da Santinha da luz. Admiro porque não sou capaz. Não há palavra mais triste e ignóbil do que o "trespasse" do antigo atelier da minha costureira, ou as horas mortas na fila do banco no dia de l

Pietà e a Primavera Árabe

Este ano quando vi pela primeira vez a fotografia que ganhou o word press photo tive uma profunda sensação de deja vu, ao mesmo tempo que múltiplos pensamentos e sensações fluiram no meu pensamento. A primeira foi sem dúvida esta: esta foto é a Pietà moderna, uma foto  tão artística que não fica nada a dever à Pieta de Michelangelo: a mesma misericórdia, a mesma posição, até os tecidos que cobrem a figura feminina parecem deslizar da mesma forma.  Depois tive esta percepção: que na foto não se vê a expressão da mulher o que é em simultâneo enigmático(não sabemos quem é a mulher e que expressão fez) e em simultâneo isto incomoda: não só por não sabermos quem é, mas porque o "sujeito" da piedade, o elemento que produz o sentimento nobre é icógnita...fiquei incomodada pela ideia que milhões de mulheres como eu, como esta vão ser para sempre sem uma face como se não existissem.                                   A última sensação e pensamento que tive foi a mais forte e o mais pod

Onde estão os PIGS? E o que significa ser um

A sigla PIGS é uma criação que me deixa perplexa: primeiro porque para além de representar os países em crise: Portugal, Itália, Grécia e Espanha é também uma palavra que em inglês tem o significado de "Porcos". No fundo os "porcos" da Europa são os países considerados como os menos produtivos e os mais esbanjadores. Achei interessante quando decidiram agregrar uma letra extra à sigla para seguir o rumo da crise europeia: assim quando a Irlanda entrou em crise a sigla tornou-se mais conhecida pela sua forma PIIGS ou seja a sigla manteve a fonia original, o que significa mais ou menos isto: os países que faziam parte dos mais esbanjadores continuam a ser os mesmos, ou seja continuam a fazer parte do mesmo grupo.Tem sido muito interessante seguir os jogos entre Merkel versus Grécia/ ou Merkel e Grécia consoante o contexto político que é apresentado na imprensa. Outro brilhante jogo de "xadrez" é sem dúvida  Merkel e os países em vias de desenvolvimento: s

É carnaval, ninguém leva a mal. Será mesmo?

Este ano celebrei o Carnaval em Aalst, uma das cidades belgas mais conhecidas por causa do carnaval e por causa das famosas" Janettes" que contrariamente ao que o wikipédia sugere não são "joanas sujas" nem sei que tradutor deficitário em comprensão teve tal ideia. As "Jannetes" é uma palavra usada para os homossexuais que são mais femininos e por isso mais evidentes do que os outros. A parte do sujo é criação bizarra e aleatória de alguma mente retrógada. Durante o cortejo, chamou-me a atenção o carro dedicado à presidente da câmara (prefeita) da cidade Ilse Uyttersprot, uma mulher semi-despida numa torre: os locais decidiram fazer chacota da presidente que foi filmada com um ex-namorado a ter relações sexuais num telhado. O país onde foram filmadas estas imagens permanece dúbio. O video do you tube que incialmente se pensou que fosse abalar a carreira política desta mulher acabou por a tornar ainda mais mediática. Isto dá que pensar: não só pela comédia

Merkel "two face"

I have seen the last movies of Superman and I cannot avoid the resemblance between Merkel and the super hero "two face". The hero from  the beggining of the movie becames the most instable and impredictable character bringuing some balance to the world rulled before only by extreme heroes and anti-heroes. Merkel was for Portugal a true "two face" in the sence that punished many corrupted men by calling their attention for the extravagances spending the money that was not theirs and at same time helping Portugal  with the financial rescue plan. The problem will be how to pay in the future the millions that were requested. The people will pay for the ones that made negotiations with the banks. If at same time Portugal realises cannot spend more that earns it´s impressive how their leaders still don´t understand how to pay what the country didn´t produce yet. I guess Merkel was the only reliable personage able to show the world this existence of " a new balance&q

Estou a agredir e a ofender porque sim, porque sou dogmática

Sempre me espantou a criatividade dos empregadores ao recusar ou repreender o trabalho de possíveis contratados. Durante toda a minha vida já ouvi os argumentos mais incríveis: 1. A pessoa é muito jovem para o trabalho, argumento que traduzido significa: A pessoa é inexperiente e por consequência uma imbecil para a função. 2. O possível contratado é demasiado velho, argumento que traduzido significa: Como é velho provavelmente vai demorar mais a aprender novos procedimentos, será menos atractivo e provavelmente porque tem experiência poderá exigir o salário devido e isso poderá ser um grande incoveniente.3. O contratado é mulher e demasiado atraente...lol...sim já ouvi este argumento dito por um possível empregador : aqui a Toyota faz questão que os empregados mulheres tenham cabelos curtos e que não fumem, por isso existem até pré-formulários que perguntam ao ainda possível contratado se fuma ou não. Já sabe se vir um destes inquéritos diga sempre que não, não vá perder um bom emprego

S.Valentim, o santo decapitado

Todos sabem o que se celebra no dia de S. Valentim mas quase ninguém sabe quem foi Valentim. O nome poderia ter algo de irónico uma vez que foi este o homem que desafiou o imperador romano Claúdio II. O imperador estava convicto que a práctica do casamento era um obstáculo à listagem voluntária dos soldados, mas Valentim continuava a casar namorados em segredo. A lei que proibia o casamento acabava desta forma por reconhecer a importância do casamento na organização de um estado e de uma nação. Mas acredito que Valetim se tenha também tornado popular porque era proibido casar-se. Actualmente todos somos livres de nos casar, divorciar e afins...O valor do amor banalizou-se. O amor é a publicidade do menu especial que lemos no restaurante, o presente que vamos receber ou comprar, a atividade exêntrica que vamos fazer para nos recordar que em 361 dias no ano existe 1 dedicado ao amor. O que poucos sabem é que Valetim acabou por ser decapitado por causa da sua desobediência. Tal acto faz-n